segunda-feira, 13 de abril de 2009

Hostergorn: Ato 1, Apartamento e café forte. Cena 2

Claro que Erika desmontou assim que chegou em casa, e não é difícil saber qual fora seu percurso, as botas de veludo de inverno na sala, uma em cima do sofá, e a outra atrás do mesmo, a blusa sobre o abajur, e o soutien ao seu lado perto do radio relógio que a despertaria dentro de umas poucas horas, não que ela precise acordar de fato, mas não há como o pequeno aparelho programado conhecer uma ressaca moral e sentimental.
Já sonolenta entre o abismo dos sonhos e o lago bucólico do real, a pequena Erika tenta se lembrar se a chave que balança na fechadura trancou ou não a porta.

Mas já é tarde demais para isso, e o sono vence sua luta e ela simplesmente dorme, seu leito esta revirado por seu corpo que não para de se mexer, devido ao sono turbulento recheado de pesadelos terríveis.

Com muita dificuldade ela se remexe para seu despertar definitivo, ela olha de um lado e para o outro, o radio relógio grita desesperadamente e pelas horas ele esta assim a pelo menos quatro horas, seu barulho agudo e incisivo faz sua cabeça doer de uma forma terrível, e seu impulso foi o de apertar todos os botões com a mão esquerda enquanto a direita cobre a cabeça com o travesseiro... ela queria dormir para sempre e não enfrentar o mundo nunca mais... mas sua sede ira lhe arrancar da cama mais cedo ou mais tarde. E foi mais cedo do que ela mesmo imaginava, mas não a sede e sim a ancia de vomito, ela corre ate o banheiro, e la coloca para fora todo resto da noite. Seus sentidos se apuram como se fosse um efeito da limpeza em seu estomago, e ela consegue distinguir todos odores deste lugar, seu xampu e sabonete ate o café fresco da cozinha... Erika não fez café ainda.

Um comentário:

Felipe Lacerda Bicalho disse...

Bom, muito bom mesmo... So na se esqueçam de quem é parte do texto. Foi so uma contribuiçao, estávamos jogando sinuca e o J. Paulo me contou a historia, me passando o manuscrito naquele seu velho caderno de contabilidade. Eu me sentei na mesa e escrevi o momento em que erika chega em casa. Pelo menos ate a parte das chaves na porta.
é isso, boa sorte com o novo conto e apreciem com sabedoria.

felipe lacerda